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domingo, 16 de agosto de 2009

LIXEIRA NÃO DELETADA




Ao se apresentar, o escritor, foi-lhe perguntado:

- Senhor, qual é o seu estilo?

E respondeu:

- O meu estilo é o dos “ia”.

- Dos “ia” !!??

- Sim, como via, dizia, ouvia, sentia, fazia, acontecia, sabia, podia ... entre contos, narrativas, dissertações, crônicas, poesia; homenagens, odes, sátiras, cortesia; ou seja, como queria ...

Senhores, estou lançando o BLOG – AA ( autores anônimos), LIXEIRA NÃO DELETADA.

Espaço aberto para quem quiser, puder, ousar colocar por escrito o que

“rola” pela cabeça: qualquer assunto, comentário, conto, crônica, narrativa, bilhete, sobre situações do quotidiano: a paquera, namorada, companheiro, o desconhecido desejado, um “sexo com estranho”...; por exemplo, homenagem a uma pessoa que se foi (morte), descrição da situação de um assédio (vida) a uma pessoa do interesse, futebol, política (com cuidado!), na padaria, na lanchonete, no barzinho, no ônibus, no trabalho, na escola ... manda ver!, OK?

Deixa o povo falar, delirar, curtir e mostrar esta vida tão pulverizada, tão conflitada, vezes concorde, deixa a “pena me levar”, deixa o escrito sair, deixa a escola passar, veja o mulherio, bota a boca no mundo, no trombone, xinga quem quiser, cante canções da moda, faça galanteios, elogie, manda o juiz do campo de futebol, o deputado, o ganhador do prêmio da “mega” que não foi você e que também não foi receber

praquele lugar ...

VE E E ENHA! e faça a mente explodir, viaje legal! Vamos fazer o seguinte: deix’eu pensar, é ..., é ..., é, ..., é,..., cumé qui chama ...? ..., tipuassim ..., você, primeiro, lê o que tá aqui, “dê tratos à bola”, critica, se quiser, rasga o papel ..., usa para limpar ..., faça o que “te der na telha” mas aproveite a chance, quem sabe te descobrem, tal e qual na televisão, (você vira bonito a “Caras” babando seu ovo, escreve novelas, com tudo pago, belos sorrisos e paisagens, altos flertes, devidamente filmado, em tomadas sensacionais, em closes, e você deita e rola - na fama e na cama, na lama) - gargalha e sorri, come, bebe, goza e chora - o leite não derramado – e com aquela do lado prá te consolar, admirar, continuar ...

CHEGA de papo furado, vamos ao que interessa, os nossos rabiscos:

Como diz a minha mulher: “estou pronta, vamos sair rápido, rápido, RÁPIDO ... mexe as pelancas, as muchibas, deixa a velhice ficar, sirva-me ou deixe-me ... as mulheres e sua estranha maneira de amar/mandar/querer – são os “anjos do inferno” – olhar, sorriso, cabelos, pele, cheiro, choro (argumento imbatível) de criança (lutar contra é covardia/acreditar é como se andar na contramão!) ...

Poderosa sobre botas, passa, percebe-se notada, olha rápido de soslaio, desvia, semi-sorri, sabe-se bela, atua no palco da vida, desfila na passarela do passeio público, manequim de mim, modelo das ruas. Eu, caçador de ti ...

Elaine, vai ser bom você voltar, prá me olhar e desejar-mo-nos ...

Na rapidez do mundo moderno, a serenidade na observação prazeirosa e sarcástica da aflição alheia, a ironia diante dos angustiados, o êxtase nas tragédias ...

Comentários mordazes, risadas de menosprezo, desdém, escárnio, brincando, agride; no rosto, contraído, a indiferença de oportunidades aproveitadas, no coração o ódio do revide contido ...

Virilha, viril, vigor depilado, “familiariter”, familiarmente sem cerimônia:

A mente coberta, guardada, a máscara, disfarçada, censurando corpos, escândalos, impune se mostra ...

À guisa de recuperar-se do trauma, aproxima-se com esforço, senta-se, de frente, as pernas, descobre-se, exibe a parte ferida, outrora vestida, agora sem censura.

Sentados à mesa, jantar, família, negócios, o patriarca encabeça, aconselha e sorri; por sob o tampo, alisa as pernas da esposa do neto.

A virilha lisa tal criança, sexo é coisa séria, sexo é muito importante, sexo só casando, sexo só prá procriar, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo ...

É tão primordial, fundamental e central o assunto do sexo que todos têm medo de falar sobre. Quando sugerido, insinuado em qualquer conversa, as pessoas fingem não escutar, não estão entendendo, olham para o chão, alhures, mudam imediato de assunto ...

Então, é isso mesmo que está no cerne de nossas emoções, o centro para onde convergem os nossos atos, na maioria das vezes queremos simular o contrário, pois é, aquele triângulo camuflado na natureza dos pêlos representa perigo, sua exposição revela a intimidade recôndita, a confissão dos nossos segredos, a vulnerabilidade (por que? a tradição que explique).

Depilação, dissolução , liberdade, o que realmente acarreta? Desobrigada, liberada de secular cativeiro, ventilado o calor da emoção, facilitado o acesso, colocação ousada dos ógãos de prazer, próximidade da moral distante, adentrar em si mesmo, a escolha da libido. O espelho, na frente, dos lados, atrás, e lá se encontra aquela região mágica, desflorestada, sensível, agradável, excitante, um território em que vale-se à pena ser ocupado, devassado e explorado nas suas múltiplas riquezas de sensações.

Em meio ao diálogo, indagou-se do escritor:

- Sobre o quê o senhor escreve?

E respondeu:

Eu escrevo ..., eu escrevo ..., eu escrevo sobre o que eu gosto; escrevo sobre o que surge no meu pensamento; escrevo sobre o que se passa na minha vida; escrevo sobre a minha alegria, minha tristeza, decepção, depressão, sucesso, objetivos alcançados, meu fracasso, meu tesão, meu amor, minha brochada, minha paixão, meu ódio, sobre o meu Deus, sobre satanás, sobre meu irmào, meu amigo, minha mulher, namorada, tara, enfim eu escrevo o que eu quero e o que eu sei, porque está acontecendo, seja na minha imaginação, seja virtual ou real – a imagem, o som , o cheiro, o toque, o prazer, o alívio, a pressão, o gozo de se estar vivo ... Sobre o deleite, o meu objeto de prazer, a minha auto-imagem, o meu corpo, o meu lazer, os meus sentidos, o percebido, a minha capacidade, as minhas limitações, afinal sou gente comum; minha sensação, o saboroso, genital, genial, o repulsivo, o perfumado, o fedorento, sobre o orgasmo da existência. A gatinha, o sarado, o senhor, a coroa, a bicha, o cara, o guarda, a policial, os bombeiros, médicas e enfermeiras, o empregado e o patrão, o padre e as irmãs de caridade, o ladrão, o pedófilo, sobre o antídoto para se escapar do estupro (relaxe e goze – em caso de dúvida, fuja)... O chofeur do ônibus, o taxista, o trocador , a moça do balcão, a bancária, a pipoqueira, a ascensorista, a servente, a doméstica, o pedreiro, o eletricista, o pintor, os ricos (lá longe ...), o pobre (nu e cru), os profissionais autônomos, empresários, políticos, juízes, ministros de estado, o presidente (sob censura), o poder, o dever, a paz e a guerra, o ganho, a dívida, a conversa, outras intenções, o término, o dormir, ...

Me dê motivo, aqui, agora ...

Sou poeta, escritor, anotador, apontador, menino de recados do ecletismo, fazedor de alusões aos fundamentalismos, que não perdoa ninguém; morou? Hahaiiii ... moro onde eu me sinto bem ... zen ...

- Eu sou esta unidade hetereogênea;

- Sou auto pactuado de interesses contrários, ambivalentes;

- Sou uma concordância de conflitos;

- A minha memória possui arquivos onde se misturam e se interpenetram o bem conjunto à iniquidade, bons propósitos junto a intensões de fraude, defeitos de caráter aliados a nobres intentos, a pureza com a promiscuidade, o respeito com abusos imorais;

- Uma lixeira de computador onde se armazena tudo que se vê, se crê, se faz, desfaz, omite-se, invade, conquista, tudo que passa pelos sentidos, mesmo sem sentido ...

Vou contar-lhes:

- da correlação dos disconexos;

- do equilíbrio entre insanos;

- da constância circunstancial;

- do todo individual;

- da espalhada homoestática;

- de dizeres calados;

- do grito discreto;

- do barulho silente;

- de choros risonhos;

- de lágrimas secas;

- do tudo do nada;

- do nada do tudo geral;

- seja o paradoxo concorde;

- a antítese aprovadora;

- o pleonasmo eufemístico;

- a aliteração lacônica;

- o resumido prolixo;

o vento ( a mídia, o jornalismo) passa e traz antigos, novos, diversos, material descartável, unitizado e varrido, também homogenizado na união e fusão heterogênea de diferentes elementos amontoados, a combinação dos difusos ( o mundo).